16 de abril de 2012

Aspectos neuroanatômicos no uso de drogas. (2)

Os efeitos nocivos do cigarro.

Um dos hábitos que mais prejudicou a humanidade é o horrível vício do cigarro. Há mais de 20 anos que ouvimos falar diariamente sobre os danos que o cigarro causa ao organismo humano: câncer, enfisema, infartos, etc. E embora sempre tentemos desculpar nosso vício, não deixa de inquietar-nos os danos que ele causa. Agora, observamos, com preocupação, que as mulheres também fumam, algumas até mais do que os homens. Em qualquer reunião sempre há alguém que “olha feio” ou faz algum comentário, desaprovando esse gesto mecânico que um fumante faz para acender um cigarro. Para eliminar qualquer vício, deve-se conhecer os danos que causa e as técnicas e métodos que permitam comprendê-lo a nível psicológico, para posteriormente eliminá-lo.

em exagerar e para sermos exatos, os cigarros contém 4.027 substâncias químicas, das quais 200 são venenos conhecidos e 60 são cancerígenos. A NICOTINA e o ALCATRÃO são as substâncias mais nocivas. A quantidade de Nicotina que se encontra no cigarro pode matar uma pessoa. Porém, antes de fumar a quantidade necessária para acumular a dose mortal no sangue, a pessoa sofrerá uma longa e penosa enfermidade.
O cigarro causa tanta ou mais dependência que as outras drogas.
A Nicotina é um poderoso estimulante. É ela que proporciona o sabor ao cigarro e obriga a pessoa a querer cada vez uma quantidade maior. Depois de inalar a Nicotina, o fluxo sangüíneo vai acumulando a substância em cada célula do organismo e à medida que o tempo passa, as células se acostumam e pedem mais ao corpo. Por causa dele, o fumante torna-se irritável e nervoso; com o cigarro se “acalma” e a Nicotina se transforma em um “tranquilizante” semelhante à cafeína.
As experiências demonstram que a nicotina está entre as drogas que criam maior dependência, juntamente com a heroína e a cafeína.
O alcatrão contido nos cigarros não é tão nocivo?
Se você fuma uma carteira de cigarro por dia, durante um ano, acumula em seus pulmões, mais da quarta parte da quantidade total que se dispersa em seu organismo. Se quiser ter uma idéia de quanto é essa quantidade, exale uma baforada de fumo usando um lenço. Essa horrível mancha escura é alcatrão e leve em consideração que seus pulmões são ainda mais absorventes do que uma esponja.
O alcatrão destrói milhares de alvéolos que o pulmão tem para extrair o oxigênio do ar. Esta destruição causa uma enfermidade dolorosa e incurable: O enfisema pulmonar ou Asma do fumante. A pessoa com enfisema morre asfixiada. Nos EUA, os médicos que fazem autópsia encontram pulmões completamente pretos, cobertos por esse “breu”. Este é o final para os pulmões de um fumante.
Um cigarro contém 20 miligramas de alcatrão e uma pessoa que fuma duas carteiras diárias leva aos seus pulmões 400 miligramas de alcatrão, que em um ano corresponde a 146.000mg.
Os pulmões estão constituídos por mais de 300.000 alvéolos pulmonares e o alcatrão acaba destruindo-os.
No início o fumante sentirá uma espécie de falta de ar, geralmente não lhe dará atenção e continuará fumando. Normalmente percebem quase que tarde demais, pois já desenvolveram o enfisema pulmonar ou asma do fumante, que normalmente é tratada com bronco-dilatadores que estimulam e forçam os alvéolos que não foram destruídos ou com corticóides, que aumentam as chances de um infarte cardíaco. 
O cigarro contém monóxido de carbono.
Esta substância é o mesmo gás que sai pelo escapamento de um carro. O sangue assimila mais fácilmente o monóxido de carbono do que o oxigênio. De maneira que, ao fumar, inala-se um gás venenoso que impede o corpo de receber o oxigênio necesario. É óbvio, o organismo sofre as conseqüências…
O monóxido de carbono presente no cigarro, mistura-se com a hemoglobina do sangue, produzindo uma substância chamada Carboxihemoglobina, a qual impede o transporte do oxigênio para o sangue. Tudo isto causa o desenvolvimento arterioesclerótico, já que as artérias se enchem de placas de gordura e que se tornam duras.
O cigarro contém cianeto de hidrogênio (HCN)
Soa assustadoramente, mas é a verdade. Esta substância paralisa as vilosidades que envolvem os pulmões e que servem para protegê-lo de substâncias estranhas. Por este motivo os venenos entram rapidamente no pulmão. É por esse motivo que o organismo do fumante defende-se obrigando-o a tossir.
O cigarro é causa freqüente de doenças cardíacas.
Desde o primeiro cigarro já começam os problemas. Uma simples baforada acelera o ritmo cardíaco de 5 a 20 batidas por minuto. Em outras palavras, significa que o coração bombeia mais sangue, mas a nicotina faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, de tal modo que o sangue não possa fluir fácilmente.
O infarte e o entupimento das artérias não demoram a aparecer, o risco de sofrer um infarte é 3 vezes maior nos fumantes do que nos não-fumantes. Isto não é nada difícil de acontecer se levarmos em conta que a nicotina e o monóxido de carbono obrigam o coração a trabalhar forçadamente.
Se além de fumar, uma mulher utiliza anticoncepcionais , que também aumentam a produção de adrenalina, o perigo de infarte do miocárdio é maior, sendo que 80% de infartes em pessoas com menos de 50 anos é atribuído ao cigarro. A porcentagem é maior que a de doenças como colesterol e hipertensão.
Se o fumante sofre de hipercolereima e hipertensão, tem 3 vezes mais posibilidades de sofrer infarte do miocárdio do que o não-fumante.
Fumar de 1 a 4 cigarros diários, duplica o risco de ataque do coração e mais de 25 cigarros por dia aumenta o risco até em 50%. Na Colômbia, 25% das doenças cardiovasculares é atribuída ao cigarro. 
Fumar é prejudicial para os que nos rodeiam.
Esta é a controvérsia do momento. O fumante é o responsável dos perigos que correm as pessoas que se encontram ao seu redor . Está comprovado que o fumo inalado por terceiros, lhes causa os mesmos efeitos nocivos como se estívesse fumando.
Uma mulher grávida não deve fumar.
O bebê que espera, precisa de todo oxigênio que você possa dar-lhe para desenvolver-se adequadamente. Já foi comprovado que uma causa frequente dos abortos e partos prematuros, é o fumar durante a gestação, além disso, também foi demonstrado que os filhos de mães fumantes têm dificultades de aprendizagem e para falar.
Quando a mulher grávida fuma, impede o fluxo normal de oxigênio para o feto, isto pode atrofiar o desenvolvimento do sistema respiratório e portanto causar asma, assim como é responsável por bebês com pesos inferiores ao normal e problemas cardiovasculares.
Danos e sintomas que acusam os prejuízos causados ao corpo.
Os males gerados como conseqüência pelo ato de fumar são os seguintes:
  • Cansaço por falta de oxigênio nas células.
  • Dor e peso na cabeça.
  • Rouquidão e irritação na garganta.
  • Tosse do fumante.
  • Agulhadas no peito.
  • Diminui a capacidade pulmonar, diminuindo os mecanismos de defesa do sistema respiratório, o que deixa o fumante mais propenso a infecções, gripes, etc.
  • O cigarro nos jovens retarda o nível de crescimento.
  • Na mulher, se além do mais ela faz uso de anticoncepcionais, aumentam os riscos de trombose, os tecidos se envelhecem e formam-se rugas por causa da pela ressecada.
  • A fisonomia do fumante fica pálida e enrrugada, as gengivas se enfraquecem, os dentes se mancham e os hormônios se alteram. As fumantes chegam antes que as outras mulheres à menopausa.
  • A Nicotina causa câncer da garganta, uma úlcera viva que praticamente não permite ao fumante, nem comer, nem beber, nem dormir.

http://www.anael.org/portugues/cigarro/index.htm 

Aspectos neuroanatômicos no uso de drogas.

Onde age o crack.

O crack é uma droga tão devastadora, que leva apenas 10 segundos para fazer o efeito. Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não sinaliza a carência da droga.
Crack é a forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham, daí o nome crack.
As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como um estalo, um relâmpago. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.
O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos. Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o usuário. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.
O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e têm imensa dificuldade de aprendizado.
O caminho da droga no organismo: do cachimbo ao cérebro
1. O crack é queimado e sua fumaça aspirada passa pelos alvéolos pulmonares
2. Através dos alvéolos o crack cai na circulação e atinge o cérebro
3. No sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre os neurônios. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina, mantendo a substância química por mais tempo nos espaços sinápticos. Com isso, as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas.
4. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea
5. No fígado, ele é metabolizado
6. A droga é eliminada pela urina
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